Sobre memórias insistentes e as pequenas coisas dessa vida

    
   Saudades é uma das emoções mais intensas que já vivenciei (e, na verdade, não poderia ser diferente).
   Intensa e inesperada. Por que inesperada? Porque, apesar de termos plena consciência de que saudade será consequência de bons momentos, ainda assim não podemos premeditar em que momento ela aparecerá para nos fazer lembrar de tudo que já foi um dia (e que sofre com a realidade de não voltar a ser). É impossível saber quando as memórias daquele dia tão incrível aparecerão pra te fazer companhia, assim como é inevitável sentir e/ou querer de volta cada instante que ronda seus pensamentos.
   Ultimamente tenho sido acometida por algumas dessas... Lembranças tão boas, às quais - sendo sincera - nunca dei o devido valor. Eu vivia um dia após o outro, acreditando que não havia nada demais em nenhum deles. Hoje, algum tempo depois, posso afirmar que cada segundo desses momentos era tão precioso que me impressiono com a facilidade com que deixei que eles saíssem da minha vida.
   Comecei o 100 Happy Days a pouco mais de duas semanas, e desde então tenho me obrigado a notar as pequenas coisas que me fazem mais feliz todos os dias. Ter essa percepção me fez ver que tenho deixado a felicidade ir, esperando que ela venha em grandes pacotes, em momentos deslumbrantes. A verdade é que ela é tão simples e engenhosa que se esconde dentro de detalhes tão pequenos que só observadores (e reais amantes da vida) conseguem encontrá-la. É frustrante e, ao mesmo tempo, lindo.
   Nas últimas semanas, tenho me dado conta do tanto de felicidade que tenho deixado de reparar e buscar. Hoje percebo que ela esteve lá, em todos os momentos e eu não consegui vê-la. Não, isso não me causa arrependimento, mas sim nostalgia e uma vontade enorme de reparar as situações que deixei pra trás assim, sem encontrar em cada uma a beleza que trazia. Porque sim, por pior que seja uma situação, ela sempre tem algo de belo - e bem provavelmente uma senhora lição, como essa que hoje conto.
   Um dos meus livros preferidos conta a história de uma menina acostumada a ver o lado bom das coisas, mesmo em situações em que, normalmente, julgamos impossível. Dessa forma, ela nunca se deixava abater, e vivia aproveitando cada instante. Mesmo tão pequena, Pollyanna, a personagem do livro ao qual me refiro, já sabia uma coisa que levamos anos pra aprender: deve-se valorizar a vida em sua totalidade.
   Nem sempre as coisas são como queríamos que fossem, mas na maioria das vezes nos focamos tanto no que queríamos, que esquecemos de ver o potencial enorme daquilo que foi. A graça está, na realidade, inteiramente aí: saber lidar com o que te acomete de modo a fazer da tua vida mais feliz. Dificilmente as situações decorrerão como planejado, ou proporcionarão uma segunda chance e são essas as coisas que fazem da vida mais encantadora e intensa.
   Portanto, sim, sinto saudades em larga escala de muitas coisas que já aconteceram comigo (e que, como mencionei acima, em seu instante não foram devidamente valorizadas), mas procuro rotineiramente - de algum tempo para cá - notar os pequenos detalhes, as coisas bobas que arrancam sorrisos, as inquietantes maravilhas da rotina que - todos! - reclamamos ter de seguir. E, como saudades torna-se consequência da percepção de cada um destes momentos únicos, permito que ela se aposse de mim, porque sei estar dando o meu máximo para viver esses momentos delicados (e importantíssimos) em ordem de fazer deles memórias dessas que nos acometem o tempo todo e enchem o coração de um sentimento bom.
   Realmente, é complicado saber quando sentiremos falta de algo, mas é possível (viável e justo também) tornar todos os instantes tão importantes e demasiado estupefacientes, de modo que, ao lembrar deles, ao ser inundados por uma chuva de memórias, nossa única reação seja sorrir e pedir para que tudo que está por vir seja tão maravilhoso quanto.







                                                                                                                                                        
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O momento perfeito é agora!

  
   Sou imediatista. Pronto, falei. Não é intencional nem nunca foi, mas sou assim: quando quero algo, quero agora. Mimada? Se ser assim faz de mim mimada, bem, então sou (fazer o quê, né?).
   Como sonhadora, vivo alimentando meu coração com desejos, minha cabeça com objetivos e meu tempo livre com situações diferentes, hilárias (e imaginárias, #soudessas hahah). Até aí, tudo bem: querer coisas diferentes, experiências novas e uma maior bagagem cultural não me faz diferente de ninguém, porque, afinal de contas, todos temos nossa cota de ideais nessa vida. O ponto comigo é a proporção que tomam as coisas que quero.
   Dependendo do estágio de vida em que estamos, os sonhos que temos tornam-se mais, ou menos, possíveis, realizáveis e desejados (não que deixemos de querer torná-los realidade, só percebemos que não é o momento ideal para fazê-los acontecer) e conforme seleciono aqueles que já podem ser riscados, por já terem acontecido, torno-me incansável na busca por torná-lo mais do que apenas um rabisco na agenda. É aí que mostro a parte de mim mais imediatista que há: quando decido e percebo que tenho em mãos a chance de fazer acontecer, é aí que quero pra ontem, é aí que vou dar o máximo de mim para ter a satisfação de ver acontecer.
    Isso é bom, não é? Claro que sim! Porém, como nem tudo nessa vida é tão simples (e como não há medida de motivação, sem sua respectiva de desânimo), é neste ponto que entra a parte de mim na qual mais tenho trabalhado para mudar: a busca pelo momento ideal. 
   Por que isso é um problema? Eu explico: sou o tipo de pessoa que sempre espera uma melhoria para dar luz a algo novo que queira muito. Como assim? Fica mais fácil de entender com um exemplo (bem tosco, só pra ilustrar): comprei uma blusa linda, mas só vou usar quando perder os quilinhos extras. Sei que muita gente pode acabar encarando isso como meta, já que estou impondo para mim mesma que tenho que me esforçar mais para usar a tal blusa que comprei, como uma recompensa. Realmente pode ser visto dessa forma e não está errado ler a situação desse jeito. O problema surge quando são estabelecidas novas condições, a cada anterior cumprida...
   Sei que é um pouco confuso, mas se você conseguiu entender até aqui, bem provavelmente deve estar se perguntando porque não erradico essas tais condições. Bem, esse é o meu objetivo. Estabelecer metas é um tanto quanto saudável, pessoal, a parte errada disso é quando as estabelecemos em nome de encontrar o momento perfeito. O erro é a busca pela perfeição. Não somos perfeitos, e essa constante procura por encaixar-nos  no que acreditamos ser o ideal, acaba atrasando e estragando momentos incríveis. 
   Eis aí a raiz da questão: nunca acho que o momento esteja perfeito suficiente (com todas as coisas nos lugares, pensamentos em ordem, vida nos trilhos, futuro encaminhado) para que eu possa começar a fazer aquilo que tenho vontade - e que já deveria ter começado a long time ago. Claramente, não há momentos perfeitos pelo simples fatos de que não há momentos na vida em que estejamos completamente em ordem. Somos desordem, bagunça, confusão, mistura. sentimentos em conflito, contas a pagas, desapegos, desejos... Somos um mix daquilo que compõe o cenário à nossa volta e em meio a tantas informações é realmente complicado manter a casa organizada para receber visitas e novidades. Por incrível que pareça, não é determinação que me falta, porque assim que decido que é hora de fazer acontecer, conte alguns dias e estará feito. Meu problema é decidir a tal hora.
   Por isso, sem maiores delongas e parágrafos nesse meu desabafo, deixo aqui minha conclusão a respeito dessa necessidade (que tanto contradiz as outras que tenho): se esperarmos pelo momento perfeito para fazer aquilo que queremos, acabamos sem fazer nada dentre tudo que almejamos. Então pessoal, já passou do tempo de remangar as mangas e colocar as mãos e a massa cinzenta para trabalhar, porque a pior parte de esperar pelo momento perfeito é perder tempo.

Um beijão,
 Jella.
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Olá!

   Bom dia gente! Queria muito começar este post dizendo que a manhã lá fora está linda e que o clima está super agradável, mas, embora haja sol do lado de fora, o tempo está mais nublado do que eu prefiro e está friozinho também (o que a mim, em particular, agrada muito). Apesar de esta não ser uma das manhãs mais lindas, ainda assim é uma manhã charmosa. E grande parte deste charme reside neste (recém criado) blog e na coragem (também recente) de administrar uma conta e dividir um pouquinho de tudo que penso e vivo.
    Este post, como de praxe, é uma introdução para que, quem quer que visite este endereço, saiba o que vai encontrar. Sou uma pessoa muito dada a monólogos, desabafos e afins - que são, por vezes, bem confusos, admito -, adoro artesanato e quaisquer projetos em que participamos verdadeiramente, colocando a mão na massa; sou apaixonada por decoração de interiores e, ultimamente, tenho enveredado por um lado saudável e leve de levar a vida, de modo que alimentação e fitness também estão inseridos nos meus interesses. Livros, músicas, filmes, passeios ao ar livre, viagens, culinária e cadernos sem pauta também estão incluídos na minha (nada pequena) lista de interesses. Deu pra perceber que por aqui vai rolar um pouco de tudo, né? rs
    A verdade é que, de uns tempos pra cá, decidi para e pensar no que eu gosto, no que me faz feliz e investir nisso (essa hora chega inevitavelmente para todos nós). Pela primeira vez em bastante tempo (e depois de sobreviver ao colegial) sei o que quero - pelo menos na maior parte do tempo - e tenho dado duro para alcançar. Você, internauta que por um acaso parou por aqui, está convidado a fazer parte dessa minha jornada e fazer dela ainda mais especial, comentando, contando um pouco mais de si e, quem sabe, até levando um pouquinho das minhas histórias com você.
    Espero que este espaço seja para todos tão especial quanto (já) é pra mim.
   
    Um beijão,
  Jella.
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