O momento perfeito é agora!

  
   Sou imediatista. Pronto, falei. Não é intencional nem nunca foi, mas sou assim: quando quero algo, quero agora. Mimada? Se ser assim faz de mim mimada, bem, então sou (fazer o quê, né?).
   Como sonhadora, vivo alimentando meu coração com desejos, minha cabeça com objetivos e meu tempo livre com situações diferentes, hilárias (e imaginárias, #soudessas hahah). Até aí, tudo bem: querer coisas diferentes, experiências novas e uma maior bagagem cultural não me faz diferente de ninguém, porque, afinal de contas, todos temos nossa cota de ideais nessa vida. O ponto comigo é a proporção que tomam as coisas que quero.
   Dependendo do estágio de vida em que estamos, os sonhos que temos tornam-se mais, ou menos, possíveis, realizáveis e desejados (não que deixemos de querer torná-los realidade, só percebemos que não é o momento ideal para fazê-los acontecer) e conforme seleciono aqueles que já podem ser riscados, por já terem acontecido, torno-me incansável na busca por torná-lo mais do que apenas um rabisco na agenda. É aí que mostro a parte de mim mais imediatista que há: quando decido e percebo que tenho em mãos a chance de fazer acontecer, é aí que quero pra ontem, é aí que vou dar o máximo de mim para ter a satisfação de ver acontecer.
    Isso é bom, não é? Claro que sim! Porém, como nem tudo nessa vida é tão simples (e como não há medida de motivação, sem sua respectiva de desânimo), é neste ponto que entra a parte de mim na qual mais tenho trabalhado para mudar: a busca pelo momento ideal. 
   Por que isso é um problema? Eu explico: sou o tipo de pessoa que sempre espera uma melhoria para dar luz a algo novo que queira muito. Como assim? Fica mais fácil de entender com um exemplo (bem tosco, só pra ilustrar): comprei uma blusa linda, mas só vou usar quando perder os quilinhos extras. Sei que muita gente pode acabar encarando isso como meta, já que estou impondo para mim mesma que tenho que me esforçar mais para usar a tal blusa que comprei, como uma recompensa. Realmente pode ser visto dessa forma e não está errado ler a situação desse jeito. O problema surge quando são estabelecidas novas condições, a cada anterior cumprida...
   Sei que é um pouco confuso, mas se você conseguiu entender até aqui, bem provavelmente deve estar se perguntando porque não erradico essas tais condições. Bem, esse é o meu objetivo. Estabelecer metas é um tanto quanto saudável, pessoal, a parte errada disso é quando as estabelecemos em nome de encontrar o momento perfeito. O erro é a busca pela perfeição. Não somos perfeitos, e essa constante procura por encaixar-nos  no que acreditamos ser o ideal, acaba atrasando e estragando momentos incríveis. 
   Eis aí a raiz da questão: nunca acho que o momento esteja perfeito suficiente (com todas as coisas nos lugares, pensamentos em ordem, vida nos trilhos, futuro encaminhado) para que eu possa começar a fazer aquilo que tenho vontade - e que já deveria ter começado a long time ago. Claramente, não há momentos perfeitos pelo simples fatos de que não há momentos na vida em que estejamos completamente em ordem. Somos desordem, bagunça, confusão, mistura. sentimentos em conflito, contas a pagas, desapegos, desejos... Somos um mix daquilo que compõe o cenário à nossa volta e em meio a tantas informações é realmente complicado manter a casa organizada para receber visitas e novidades. Por incrível que pareça, não é determinação que me falta, porque assim que decido que é hora de fazer acontecer, conte alguns dias e estará feito. Meu problema é decidir a tal hora.
   Por isso, sem maiores delongas e parágrafos nesse meu desabafo, deixo aqui minha conclusão a respeito dessa necessidade (que tanto contradiz as outras que tenho): se esperarmos pelo momento perfeito para fazer aquilo que queremos, acabamos sem fazer nada dentre tudo que almejamos. Então pessoal, já passou do tempo de remangar as mangas e colocar as mãos e a massa cinzenta para trabalhar, porque a pior parte de esperar pelo momento perfeito é perder tempo.

Um beijão,
 Jella.
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