Sobre ciclos que terminam



    Clichê demais utilizar o dia primeiro de janeiro para refletir, mas como fugir da contemplação da retrospectiva?
   2017 foi um ano intenso. Intensidade: palavra que melhor descreve tudo que vivi e senti conforme avançavam os meses. Me percebi em uma batalha constante de mim comigo, de mim com expectativas alheias, de mim com as regras de conduta impostas pelo mundo que nos cerca. Me vi questionando minhas atitudes, o contexto em que estou inserida e todos os planos de futuro já em andamento. Tomei consciência de muitas verdades, fortaleci crenças e mudei tanto que é curioso olhar para a minha eu de 365 dias atrás e percebê-la como parte deste processo.
   Ao longo de 2017 conheci pessoas que me apresentaram novos filtros para o mundo que me cerca, que ampliaram minha visão de mundo, mudaram meus ângulos de observação e consolidaram a certeza de que é necessário que estejamos dispostos a explorar o que nos foge em nome de compreender o que não nos é inato. As tantas influências que fizeram o meu ano lapidaram minhas motivações e trouxeram lições valiosas sobre trabalho árduo e dedicação na trajetória rumo à conquista de quaisquer objetivos que tenhamos.
   Pela primeira vez, com tantos altos e baixos, me vi como o ser humano falho, incompleto e peregrino que sou, e foi libertador. Dar-me por conta disso, permitiu que eu aceitasse os momentos de dúvida e angústia com serenidade, permitiu que eles fossem extravasados ao invés de contidos, porque, afinal de contas, dias ruins fazem parte da vida e é preciso que aprendamos a admitir nossa vulnerabilidade quando eles acontecem. Permitiu também que eu experienciasse os momentos de contentamento com entrega total, ciente de quão merecidas foram as conquistas que acumulei e quão privilegiada fui por ter topado com tão engrandecedoras possibilidades. 
   Por toda a vida ouvi que temos de ser práticos antes de ser sonhadores. No país em que vivemos, presenciando tamanho caos, entendo a difusão dessa ideia. Entender, entretanto, nunca ofereceu a mim a certeza que parecia emanar de quem proferia tais palavras. Ao longo dos últimos anos me vi presa em meio a uma situação que mais confundia meus valores, que os colocava em evidência. Fazer caber nessa ideia todos os meus objetivos sempre me pareceu impossível - e o era -, de modo que quero deixar registrado aqui o meu agradecimento a todos os pormenores que me trouxeram ao momento que vivo agora, local no tempo em que meus sonhos puderam, enfim, falar mais alto
   Vivo a virada de ano com o coração batendo forte, ansioso, por tudo que 2018 traz consigo. Deixo 2017 com aprendizados acumulados, concepções ampliadas e muitas dúvidas a sanar neste novo capítulo. Espero reviravoltas que sacudam meu mundo, obstáculos que me façam mais forte, constatações que desestabilizem minhas certezas e momentos de emoções intensas. Intensidade: palavra esta que espero, mais uma vez, ser regente dos próximos doze meses. 

leiasejella
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